Monday, May 01, 2006

Déjà vu. – A “história” é sempre a mesma.


O texto que se segue poderia ser de qualquer Canense que quer ver a sua terra como Concelho, aspiração justa e mais que necessária como comprova o tempo, que é o nosso melhor aliado. Ao longo do tempo já se experimentaram as mais diversas soluções, a conclusão é sempre a mesma, somos demasiado grandes para pertencermos ao concelho que nos presta serviços e mal, só lhes interessa os nossos impostos, valendo cada dez Canenses o mesmo que um de lá, a história já demonstrou o contrário, mas houve quem não quisesse deixar os Canenses gerir os seus próprios recursos e o comunicado que se segue é bastante actual, substituindo uma ou duas palavras em todo o texto.



Movimento de Restauração do Concelho de Canas de Senhorim

AO POVO DA FREGUESIA DE CANAS DE SENHORIM

Nesta hora difícil para a nossa freguesia não pode o Movimento para a Restauração do seu Concelho (MRCCS) deixar de alertar e esclarecer as suas populações das consequências graves que poderão resultar da situação que atravessam.

Ao arbítrio, à injustiça, à desigualdade de tratamento e a atitudes semelhantes em que a Câmara é pródiga, vieram abater-se sobre o povo e sobre a nossa terra dificuldades de monta resultantes da situação política que o país atravessa.

Ao fecho das empresas sucedem-se normalmente a fome, a doença, a miséria e a destruição do tecido social.

Podem os Canenses acabar por se ver confrontados com uma situação deste tipo e urge continuar-se unido em volta desse objectivo comum – a reabertura da C. P. F. E..

Algumas pessoas rejubilam com a sua paralisação porque a política, o grupo e o Partido, estão para elas acima dos interesses mais gerais da colectividade, dos interesses de todos nós. O seu egoísmo é a manifestação mais próxima de uma mentalidade revanchista.

Contra a vontade de uns quantos (aliás os de sempre) os verdadeiros Canenses não se esqueceram ainda dos problemas que os afligem e afligem a sua terra, nem trocaram a sua dignidade pela satisfação de interesses pessoais e passageiros.

Contra a vontade desses o Movimento continua firme na defesa do ideal sagrado dos Canenses que representa e no respeito pela sua vontade livremente manifestado.

O Movimento do povo de Canas na execução do projecto em que se empenha – A Restauração do seu Concelho – traça a sua estratégia e define a sua própria orientação.

Dentro da sua dinâmica, a trégua que se tem seguido serviu exactamente para mostrar que a solução dos nossos problemas não se compadece com as promessas aventadas nas jogadas eleitoralistas dos que acabarão por deter momentaneamente o poder.

Como não poderia deixar de ser, o actual executivo da Câmara é, pelo menos, tão mau como os anteriores. Acresce a este facto, como factor importante também, a paralisação da C. P. F. E..

Este problema com todas as graves consequências de ordem humana, económica e social, que pode acarretar, acabou por se tornar num fenómeno absorvente e aglutinador da actividade dos verdadeiros Canenses, alterando-lhes toda a dinâmica habitual.

Esta situação de desequilíbrio em que ultimamente temos vivido, acabou por ser aproveitada pela Câmara para não executar, ou executar mal, o pouco que na freguesia trazia em curso, não honrando os compromissos que particularmente assumira.

O orçamento camarário foi aliás, a confirmação da ruptura que dia a dia, se vinha manifestando em situações deste tipo.

Aprovado pela assembleia Municipal com o voto contra do Presidente da nossa Junta, não contemplou a nossa Freguesia com qualquer verba indiciária de realização de vulto.

A pretexto de que existem em Canas “para remendar” (e mal) os já célebres e eternos viadutos, que aliás só tem servido para entravar o progresso de Canas e dificultar a vida dos Canenses, esse orçamento esqueceu-se, uma vez mais, da Freguesia.

E que o dinheiro era preciso para efectuar mais algumas obras supérfluas onde os senhores da Câmara querem e não chegava para acudir às necessidades mais elementares da população.

Porém, de contradição em contradição, o executivo que diz não poder contemplara nossa Freguesia no orçamento por causa do dinheiro, a gastar com os “viadutos”, afirma agora que não sabe de onde há-de vir o dinheiro para financiar ao menos aqueles “remendos”.

Surgem então os planos alternativos que, segundo dizem os seus autores, são sempre mais “baratos” e mais de harmonia com os interesses dos Canenses….

Aliás, se por mero engano, se pretende alguma vez edificar melhoramento com “princípio, meio e fim” logo surgiram os mentores da teoria do mais barato a reinventar projectos.

E que para Canas tem de ser pouco e mau. Dizem que gastam milhares de contos, mas as obras não aparecem. E então essa dos “projectos alternativos” têm andado na ordem do dia.

Sempre será uma maneira de ganhar tempo, de protelar indefinidamente a satisfação das necessidades do povo bloquear o desenvolvimento de complicar a vida dos que trabalham e, algumas vezes até, de proteger também certos interesses privados ou de grupo.

Certo e sabido é o que em consequência das alternativas as “comadres” já começaram a ralhar por causa dos “viadutos” e de outras coisas mais.

Mas a única verdade é a de que os problemas da nossa terra continuam por resolver.

Porém, não devem os Canenses deixar-se mobilizar por interesses de outra ordem. Nestas “ralhas” estão apenas em jogo interesses pessoais de grupo ou de partido, que no essencial a “história” é sempre a mesma.

A solução dos problemas da nossa freguesia só poderá ser ditada pelo seu povo e não por aqueles que na escalada do poder nos confundem e nos aliciam.

A realidade é só esta. Só a unidade do povo poderá, com toda a sua dinâmica, dar satisfação às suas próprias necessidades e interesses, mas não deverá deixar-se iludir por tricas partidárias ou questões de segunda ordem de que nada aproveitará.

Chegou a hora, Canenses de dar balanço e verificar se e em que medida, se concretizaram as promessas e as juras publicamente anunciadas.
A verdade é esta. O Saldo actual é, como os anteriores, profundamente negativo e o “casamento” que os outros temeram, foi apenas mero passatempo, manobra de diversão, falsas promessas e nada mais.

Esta pausa do Movimento serviu apenas para mostrar que tudo caminha para pior….

Canas de Senhorim, 28 de Janeiro de 1987

C.M.R.C.C.S.

1 Comments:

At 10:13 AM, Blogger Cingab said...

@donadaprima,
se foi ele, então nem sei como adjectivá-lo!...

 

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