Monday, December 11, 2006

Qual o preço do silêncio?

Já estranhava o silêncio imposto mesmo antes de finalizaram as reuniões de terça-feira, da qual ainda recebia algumas informações, mas, hoje foi silenciada uma manifestação, quem é que decretou este silêncio?

Vamos ficar sem posto médico, vamos ficar sem GNR.

Qual é o preço do silêncio?

Qual é a política que se espera, pois segundo o artigo que se segue, ainda temos de esperar mais tempo para ver se o tipo de política muda.

Será que ainda vamos ser enganados, por mais tempo?

Qual o propósito da notícia que se segue, estar em luta é exigir mais infra-estruturas para Canas, não é deixar ir embora as poucas que temos, será que se quer silenciar todos os que querem a luta pela Restauração do Concelho em prol daqueles que defendem cores partidárias ou interesses próprios.



Diário de Notícias - 11/12/2006
O sonho de um dia ser concelho...

Dificilmente existirá no País localidade com sentimento municipalista mais exacerbado que Canas de Senhorim. Um sentimento com mais de cem anos. Os canenses não querem criar o concelho, querem restaurá-lo. "Uma restauração que fica a faltar nestes 30 anos de poder local, porque as reformas administrativas resolveram parte das assimetrias, mas no interior do País as sedes de concelho estão a concentrar tudo e a secar as terras à sua volta", afirma Luís Pinheiro, presidente da junta e rosto visível do Movimento para a Restauração do Concelho de Canas de Senhorim (MRCC). Uma restauração que nunca chegou em definitivo.

Município extinto através da reforma de 1852, foi recuperado em 1866. Novamente extinto um ano depois, até hoje! A luta começou em 1975 com o arranque dos carris da linha férrea da Beira Alta. O povo queria o seu concelho de volta. Enquanto "Canas agonizava, Nelas crescia", recorda Pinheiro. E a 2 de Agosto de 1982 o sonho sai à rua com uma manifestação que chama a atenção para o seu problema. Que se mantém até hoje.

Canas tem cerca 50 km2 e 6457 habitantes. O que a colocaria como o 22.º concelho de Viseu, em população, deixando atrás Penedono, Sernancelhe e Vila Nova de Paiva. Factos que encontram novos argumentos. A vila reúne "a maioria das estruturas necessárias, escolas primária e secundária, 14 associações culturais e recreativas, bombeiros e posto da GNR".

Na década de 80 o Parlamento recebe o primeiro projecto para elevar Canas a município. "O concelho sempre existiu na vontade das pessoas", assevera Luís Pinheiro.

A maioria da população deseja a elevação da freguesia, apesar da forte contestação de Nelas. José Correia, o anterior presidente socialista da Câmara de Nelas, contribuiu para isso. Diz Pinheiro que "não foi obreiro da nossa luta, mas ajudou a aumentar o sentimento de município". O líder do MRCC conheceu bem "os tempos de investimento zero na vila". E, entrados no século XXI, Canas viu-se concelho. Em 2003 o Parlamento votava finalmente a proposta de criação. Mas Jorge Sampaio vetou o diploma. Por estes lados guardam-lhe a mesma estima que a José Correia. Subsiste a "raiva, mágoa e frustração, porque transformou um caso político em caso de polícia". Muitos canenses continuam a responder em tribunal pela forma como receberam Sampaio nas comemorações do 10 de Junho de 2003. Pinheiro resume a atitude como sendo, "à boa maneira fascista, uma forma de nos silenciar".

Em 2005 a Câmara de Nelas muda para as mãos do PSD e o MRCC ganha a junta e o seu líder torna-se autarca. Hoje já existe relacionamento com a câmara. A exigência de restauração do concelho praticamente deixou de se ouvir, por "motivos estratégicos". Pinheiro admite o diálogo com a câmara e assume "uma atitude colaborante". Mas não vai às reuniões da assembleia municipal. É preciso esperar para "ver se a política muda realmente".

Mas desistir nunca. "Vamos esperar pelo momento certo e aguardar que os partidos que nos apoiam voltem a apresentar o projecto."

http://dn.sapo.pt/2006/12/11/nacional/o_sonho_um_ser_concelho.html

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